não
haverá nunca uma vida que entenda
uma
vida a ínfima fibra
secretamente
exposta dada
à
carícia à usura
nada
dizes e sentes
a
raiz da noite e a seda do vento
por
sobre os olhos e rosto
atendendo
a primavera
escura
é uma boca que procura
o
nome que não há e assombra
e
do medo semeia o tempo para
o
sonho de perdurar depois de tudo
mas
estrelas talco arroz são
do
mesmo pó da tua pele
tinir
de outro tom
nódulo
em outra corda
conheces contaram-te
quando ainda a palavra
ladeava
o mundo e se impunha
altiva farol
em fraga brava
o
desnudar da glória mas do fruto
ateou-se
a candeia do ego
soberano
que põe e depõe cada tom e corda o
pó cada expressão ficando
sob
a sua vontade já nada
te
assegura os mitos estão ocos
e
o sono chega pela meia-
-noite
do homem
procuras
ainda a distância
de
toda a proximidade o corpo a
corpo
que lentamente enlaça a fibra
repara
o entendimento é um acaso
como
a palavra justa ou justo o amor
quando
por estes caminhos andas e
tocas
com o olhar a pedra
a
árvore a ave o cão
a
mulher a quem te fidelizaste
vês
ainda o lume da glória rutilante
em
tudo que te rodeia sabes então
não
é um corpo o que obsta o encontro do ínfimo
antes
o rei que recusa a renuncia ao reino
para
habitar a comunidade ou justo o amor
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